Tuesday, October 06, 2009

É do tipo

Impressionante a imensidão de futuros que se adivinham à minha frente.
Cada um tão possível, tão distante, tão dolorosamente dependente do que faço no aqui e no agora. é que no fundo nada está escrito ou destinado. Isso é algo, penso, criado para desafogar os tristes, acalmar os angustiados como eu. Que não sabem para onde rumar e que se deixam escorregar na languidão dos dias, chamando-lhe destino, fado, sorte e, principalmente, azar.
A verdade é que a cobardia de arriscar e o vazio bem presente na minha lista de 'Must do' me obrigam a refugiar-me nas rotinas, naquelas actividades que não exigem muito de nós intelectualmente - apenas seguir legendas - (agora percebo porque no século XIX se escreviam, liam e produziam coisas tão boas...).
A verdade é dura mas consigo admiti-la. A minha vontade de ser feliz é muito grande mas deixa-se esbater pela necessidade de tomar decisões, gostar e arriscar. É daqueles tipos de vontades que depois de se "acagaçar" vitimiza-se, culpa os outros e chora porque não conseguiu ver-se cumprida. É desse tipo.
É do tipo que não se assume, vive escondida num manto de preocupações, preconceitos e presa a uma racionalidade que chateia e desgasta.
É uma vontade que quer saltar barreiras e superar-se, mas que não quer ir aos treinos. Quer ser a melhor, esta vontade, mas não se espraia porque se acha pequena e sem fundamento.
É uma vontade que vive dos sonhos, que se torna grande durante a noite, mas ridícula ao amanhecer. Infelizmente para ela, é uma vontade que consegue dormir descansada, dorme um sono profundo e sem culpas, quando no fundo é ela a culpada por não se fazer cumprir.
É desse tipo.
A culpada é ela, bem se vê.
Ainda bem que não sou eu.