Thursday, August 08, 2013

Ela e o limbo

Ela está no vazio. Nada se clarifica, por mais que pense nisso. Por mais que corra, que ponha música, que fume cigarros. Nada a ajuda a perceber o que fazer. Como se a cada instante ela esperasse um sinal. Que o destino resolvesse por ela coisas que ela não sabe resolver. Que lhe arrancasse do peito aquele aperto, aquela dor de quem não sabe.

Mas o destino, se envia sinais, ela não os percebe e assim continua no vácuo. A cabeça conjetura todos os finais possíveis. Nenhum parece melhor que outro, são todos estanques e ao mesmo tempo confundem-se, misturam-se.

E ela já não sabe. Se ama mais o que tem, se sonha com o que não tem por amá-lo. Ou se no fundo o ama por não o ter.

Este limbo provavelmente não terá fim. Apenas a realidade esbaterá o que exalta nos momentos de ócio. E quanto mais rápida a vida, menos desvios, menos dúvidas. Ela segue só em frente - há uma lei da física sobre isso. O problema é que também há um ditado:"depressa e bem não há quem".