Pensei que o futuro me aguardava ordenadamente. Pensei que tudo seria intuitivo e expontâneo, mas ordenado e lógico. Mas não o é e bem sei que não vai ser. Porque não é uma peça de teatro, não sou uma personagem que alguém construiu e que, mesmo sendo um destino algo conturbado, tem-no escrito, destinado. A verdade é que me sinto num meio que divide qualquer coisa. E o meu corpo oscila entre os dois pólos. O passado "estatelou-se" bem mesmo à minha frente, fazendo-me recuar, sabendo que tenho que ir para a frente. O futuro vem lembrar-me o que o passado me fez. É como se não tivesse outras oportunidades, outros caminhos, porque sinto que o futuro serão prolongamentos e sucessões ritmadas de passados. O presente vem assim assumir-se como um sumário do que recordo e do que adivinho. Quero agarrar o presente, desembrulhá-lo delicadamente e aproveitar, antes que venha outro passado para me roubar os míseros momentos em que me sinto eu, em que me sinto livre e com (alguma) sanidade mental. |
Sunday, April 15, 2007
a desordem da ordem
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